Ganhadora do Concurso de Ensaísmo serrote 2025 reconstitui a trajetória de Thais Diniz, ícone do universo travesti na São Paulo dos anos 1980 e 1990, e reflete sobre o desafio de narrar vidas sistematicamente apagadas da história
Saiba mais sobre os ensaios premiados, publicados na serrote #51
Saiba mais sobre os ensaios premiados, publicados na serrote #48
Saiba mais sobre os ensaios premiados, publicados na serrote #45
Ser agredido por um menino preto e pobre evoca uma questão mais duradoura, estrutural e perniciosa: a defesa dos direitos de “nós negros” serve para mim e para ele?
Saiba mais sobre os ensaios premiados, publicados na serrote #42
Em 2016, a serrote #23 apresentou dois cadernos com desenhos de Wilma Martins. Em homenagem à artista mineira, morta aos 88 anos, publicamos aqui a íntegra do ensaio visual e do texto de apresentação.
Leia uma edição digital gratuita com os três ensaios premiados, publicados na serrote 39
Deixar o conhecido, em viagem real ou não, é assumir um ponto de vista crítico sobre viver e estar no mundo, perceber e ser percebido, diz a escritora angolana neste ensaio premiado na segunda edição do Concurso de Ensaísmo serrote, em 2013
Há 45 anos, num crepúsculo de novembro, a escritora pedia ajuda para ordenar o caos que daria origem à obra-prima A hora da estrela
Na relação tensa e conflituada com Le Corbusier, João Cabral de Melo Neto depurou os princípios de uma obra fundada na “verdade da forma”.
Leia o ensaio ganhador e saiba mais sobre os vencedores, publicados na serrote 35-36
serrote | edição digital
A serrote lançou, em julho de 2020, uma edição especial, gratuita e digital, que reflete sobre o momento de exceção que vivemos. A revista apresenta seis ensaios inéditos sobre impactos políticos e sociais da pandemia, três ensaios visuais e a tradução de “O vínculo da vergonha”, clássico do historiador Carlo Ginzburg que fala diretamente ao Brasil de hoje.
Por ocasião do lançamento, foram realizadas duas conversas com autores da edição, transmitidas ao vivo no canal de YouTube do IMS, com o historiador argentino Federico Finchelstein, autor de Do fascismo ao populismo na história, e o jornalista Jefferson Barbosa, do coletivo PerifaConnection.
A devastação da desigualdade
Da peste negra à gripe de 1918, as pandemias do passado mostram por que os grupos marginalizados sempre foram os mais vulneráveis.
Este artigo faz parte da série #IMSquarentena, que reúne ensaios do acervo, colaborações inéditas e uma seleção de textos que ajudem a refletir sobre o mundo em tempos de pandemia.
A mortalidade e os velhos mestres
Quando voltarmos a vagar livremente pelos museus, os objetos não terão se alterado, mas nós sim – e as vítimas do coronavírus nos acompanharão como fantasmas.
Michael Ignatieff parte da autobiografia de Raphel Lemkin para mostrar como um dos heróis secretos do século 20 assemelhava-se a um dos “artistas da fome” de Kafka, “criaturas comoventes e autopunitivas que se apartam do mundo, depredados por uma culpa que não conseguem nomear, que fazem do sofrimento sua razão de viver”.
Um Brasil em disputa
As estátuas dos dominadores, que não estão apenas nas praças, já começam a cair nas narrativas descolonizadoras de escritoras negras.
Diante de uma situação sem precedentes, é hora de inverter princípios naturalizados e fazer com que a economia sirva antes à sociedade do que ao capitalismo.
Do que estamos falando quando falamos de “polarização” na política brasileira? Neste ensaio, publicado em março de 2020, Rodrigo Nunes rastreia as origens do termo no debate político dos EUA e sua distorção no Brasil desde as manifestações de 2013, passando pelo impeachment de Dilma Rousseff e pela eleição de Jair Bolsonaro. O que acontece no país não é uma disputa entre dois polos simétricos, ele avalia: “Foi a direita que mudou o centro de lugar”.
A face animal da brutalidade racista
Ao empunhar a cabeça de um porco, manifestante de Minneapolis atualiza o simbolismo do animal como encarnação do inimigo, redistribuindo a violência na disputa das imagens e narrativas visuais
Este artigo faz parte da série #IMSquarentena, que reúne ensaios do acervo, colaborações inéditas e uma seleção de textos que ajudem a refletir sobre o mundo em tempos de pandemia
A quarentena interminável do racismo
Com o isolamento social a população branca dos EUA experimenta, de forma transitória, a política que o país perpetua em relação aos cidadãos negros
Este texto faz parte da série #IMSquarentena, que reúne ensaios do acervo, colaborações inéditas e uma seleção de textos que ajudem a refletir sobre o mundo em tempos de pandemia
A convicção de que armar a população civil simplesmente atende a interesses de dominação política e social é apenas parte de um dos problemas fundamentais do Brasil de hoje, argumenta Luiz Eduardo Soares num ensaio curto e inquietante publicado na serrote #33. Para o cientista social e antropólogo, especializado em segurança pública, a disseminação de armas desfavorece todas as forças da sociedade, sem exceção.
Links da quarentena: A era da tela dividida e a arquitetura pós-pandemia
Toda sexta-feira, a serrote indica uma seleção de links sobre o mundo em tempos de pandemia.
De Monet ao coronavírus, os museus são um alvo histórico de ataques que, lembra a crítica de arte do jornal El País, botam em questão sua legitimidade e seu sentido.
Este artigo faz parte da série #IMSquarentena, que reúne ensaios do acervo, colaborações inéditas e uma seleção de textos que ajudem a refletir sobre o mundo em tempos de pandemia.
Nos momentos em que a democracia está sob ataque, um escritor que se cala corre o risco, nada desprezível, de se tornar cúmplice do autoritarismo.
Um dos raros efeitos positivos da pandemia é embaralhar a forma pela qual avaliamos os papéis econômicos e sociais de cada pessoa
Este artigo faz parte da série #IMSquarentena, que reúne ensaios do acervo, colaborações inéditas e uma seleção de textos que ajudem a refletir sobre o mundo em tempos de pandemia
Expostas em trabalhos essenciais e mal remunerados, sobrecarregadas por atividades domésticas e ainda mais sujeitas à violência masculina, as mulheres tem suas vulnerabilidades históricas ampliadas pela quarentena.
A chave de compreensão de Limite, de Mario Peixoto, está menos na decifração “do que não existe” do que na “forma” e “sentido” de suas imagens, “uma reiteração dos signos de limitação humana”.
Professor de filosofia na PUC-Rio, Rodrigo Nunes discute no vídeo abaixo o impacto da pandemia de covid-19 na política brasileira
Por que, afinal, um povo submete-se a um tirano? A questão, de triste atualidade, é um leitmotiv da História, de seus momentos mais sinistros, e teve em William Shakespeare um de seus mais finos formuladores. A hipótese é de Stephen Greenblatt em “O tirano segundo Shakespeare”, publicado na serrote #31, em março de 2019.
Em tempos de medo e isolamento, estamos aprendendo que mudanças profundas e positivas são possíveis, diz a escritora americana Rebecca Solnit neste ensaio. Uma das principais vozes do feminismo contemporâneo, ela critica a reação dos líderes de países como Brasil e EUA à pandemia de covid-19. E defende que o caminho para construir o futuro está nos gestos de solidariedade e de defesa dos direitos essenciais observados ao redor do mundo.
O historiador inglês analisa em paralelo os movimentos que levaram à criação da União Soviética e à República Popular da China. Para ele, o exame das matrizes ideológicas combinadas com as políticas de Estado ajudam a contextualizar a derrocada de uma e a prosperidade da outra.
A dupla ameaça aos povos indígenas
Nas aldeias, a covid-19 devasta os corpos e destrói toda uma concepção de mundo, replicando a violência da ação predatória dos invasores.
Há nove anos o sociólogo Richard Sennett advertia que “em meio a eventos traumáticos, como uma guerra civil” é impossível realizar um movimento fundamental para sustentar os valores humanistas: tomar distância do imediato para refletir sobre o papel daquela experiência na narrativa de sua própria vida. Nos imprevisíveis tempos de covid, esta narrativa é a primeira a ser fraturada. E sua fragilidade pode abalar alguns dos princípios fundamentais da vida em sociedade.
No início de março, a escritora peruana Gabriela Wiener, radicada em Madri, viu o marido de 45 anos adoecer com suspeita de coronavírus, logo confirmada. Desde então, sua rotina foi engolfada pela incerteza e o desespero de quem vive de perto a pandemia.
Sem os esforços idealistas, incansáveis e patrióticos dos norte-americanos negros, a democracia dos EUA seria bem diferente, e talvez nem fosse uma democracia, escreve a jornalista Nikole Hannah-Jones neste ensaio, publicado na serrote 34
Neste verbete publicado na serrote #27, o historiador Luiz Antonio Simas investiga as origens e a potência da palavra “macumba”, ainda vista com preconceito em um país estruturalmente racista.
Da Alemanha nazista ao Brasil de hoje, o ressentimento impulsiona forças políticas reacionárias e violentas, escreve a psicanalista Maria Rita Kehl neste ensaio publicado na seção especial “9 perguntas para o Brasil de hoje”, da serrote 33
Na seção, intelectuais como Luiz Eduardo Soares, Milton Hatoum e Aparecida Vilaça refletem sobre questões cruciais no país, da proliferação da violência ao silêncio dos escritores diante do autoritarismo.
Onipresentes, as imagens de Fukushima, Mariana ou Brumadinho nos fazem ver até o que não gostaríamos e põem em xeque o lugar do romance realista nos dias de hoje
A utopia da livre circulação entre os países é hoje solapada pelo reforço das restrições de movimento que reproduzem e intensificam a vulnerabilidade de grupos estigmatizados racialmente
Do abismo entre o país desejado e o vivido, nasce um esboço incompleto que é documento eloquente de uma derrota histórica e existencial
Excluídas da história oficial, as mulheres fazem do ato de contar a própria trajetória uma forma de resistência, enlaçando as várias linhas dos movimentos feministas no país nas últimas décadas
Fóruns da internet brasileira são o berço de uma geração de jovens reacionários e misóginos, cooptados pela pregação online de gurus como Olavo de Carvalho, escreve Daniel Salgado em ensaio pessoal publicado na serrote 30. No texto, ele conta sua passagem por um movimento que, nascido nas profundezas da rede, hoje ocupa os holofotes da política nacional
Tendo nascido em movimentos de esquerda como comentário irônico a autocrítico, o “politicamente correto” foi cooptado pela direita e de alguma forma abriu caminho governos populistas e antidemocráticos em todo o mundo.
Eu seu verbete da seção especial em que seis intelectuais brasileiros refletem sobre figuras centrais da política nacional, Heloisa M. Starling analisa a interferência dos militares na política ao longo da história brasileira.
Eu seu verbete da seção especial em que seis intelectuais brasileiros refletem sobre figuras centrais da política nacional, Luiz Felipe de Alencastro defende que “os cargos de vice devem ser extintos”.
Na onda de conservadorismo, a xenofobia obriga o país a decidir se continua recebendo imigrantes a contragosto ou adota um projeto de abertura e acolhida
As virtudes superlativas do mais célebre arquiteto brasileiro repetem-se como paródia quando ele mesmo decide servir à monumentalidade de qualquer poder.
O combate ao fascismo hoje começa pela capacidade de reconhecê-lo, como ensina a dura experiência da Europa no período entre as duas guerras mundiais.
Comentários essenciais sobre livros dispensáveis
Retirar-se da cidade é, para toda uma linhagem de poetas, mais do que afrontar os excessos de civilização: o que nasce no campo é um outro “eu”, integrado e até diluído em seu entorno.
Autor de uma das mais celebradas e enigmáticas obras da poesia contemporânea, o americano John Ashbery morreu em 3 de setembro, aos 90 anos. A serrote 21 publicou o poema em prosa “Cuidado com o que você deseja,” de um de seus últimos livros (Breezeway, 2015), em tradução de Paulo Henriques Britto.
No lançamento da serrote 26, o escritor francês Patrick Deville, autor de obras como Viva! e Peste e cólera, participou de uma conversa com o editor Paulo Roberto Pires.
O evento aconteceu no IMS Rio, em 1º de agosto de 2017, e está registrado na íntegra neste vídeo.
Em 1951, James Baldwin foi o primeiro negro a botar os pés em Leukerbad. No vilarejo suíço, que vivia alheio à luta pelos direitos civis, encontrou um espelho do racismo disseminado pelo mundo e, sobretudo, do combate contra o preconceito travado nos Estados Unidos. Sua passagem pelo balneário dos Alpes resultou em “O estranho no vilarejo”, ensaio hoje clássico que a serrote 26 publicou pela primeira vez no Brasil. O texto serviu de bússola a Teju Cole, que refez a viagem decisiva de Baldwin para escrever “Um corpo negro”, incluído na mesma edição. Seis décadas depois, o mundo, como constatara o autor de Notas de um filho desta terra, jamais voltaria a ser branco.
Todos os anos, desde 2009, a serrote prepara uma edição especial para a Festa Literária Internacional de Paraty. Distribuída gratuitamente durante a Flip, a serrotinha traz material em torno do autor homenageado do evento, textos de escritores convidados, amostras do acervo do IMS e muito mais. Confira nesta página alguns dos números já publicados.
Convidado da Flip, o escritor francês Patrick Deville participa de debate no lançamento da serrote 26 no IMS Rio, dia 1º de agosto, às 20h
A história do meu cabelo crespo intersecta a história de pelo menos dois países e da relação entre continentes: uma geopolítica
Os Racionais MC’s são o ponto cego na inclusão do rap pela tradição da MPB, que já acolheu Emicida e Criolo
A sobreposição da política por valores morais divide o Brasil em guerras culturais que põem em questão conceitos básicos como família, educação e direitos humanos.
Na quarta onda do feminismo, surfam jovens, negras, mulheres trans, lésbicas, prostitutas, intelectuais etc. – principalmente etc.
Pobre e desconhecido, expressando-se precariamente em castelhano, Witold Gombrowicz fez dos anos vividos em Buenos Aires um marco secreto na história da crítica cultural. Em seu diário e na conferência “Contra os poetas”, defende que literatura é, antes de tudo, um modo de ler, numa das grandes provocações artísticas contra a arte.
A partir de agora, serrote passa a publicar resenhas de obras de não ficção estrangeiras e nacionais. O primeiro livro resenhado é “Breviário do Brasil”, que reúne textos da portuguesa Agustina Bessa-Luís sobre suas viagens pelo país.
A crise da democracia e da representação impulsiona o ativismo de código aberto, que prescinde de lideranças explicitamente identificadas ou estruturadas.
Enquanto o mercado e a academia escrevem a favor de suas convenções, a literatura de esquerda suspeita de toda convenção, inclusive as próprias.
No limite entre invenção e impostura, a escrita não criativa de Kenneth Goldsmith quer repetir no universo do texto o que Marcel Duchamp fez no mundo da arte.
No cinema brasileiro dos anos 1960, o político e o social desfocavam a família, que nas produções do final dos 1990 assume o protagonismo, encarnando nos indivíduos os dramas do coletivo.
Quando eleição é sinônimo de captura de voto por predadores políticos profissionais, convém rever as origens do recipiente que é o coração da política.
Lá estava eu em Santa Cruz de Mompox, cidade no meio da Colômbia que muitos colombianos não conhecem e que, diz-se, vive parada no tempo.
Caderno de Ana Cristina Cesar mostra os bastidores da criação de A teus pés, uma complexa operação de citações e apropriações de música e poesia. Este texto integra a serrote #23 ½, lançada na FLIP 2016, que tem a poeta como autora homenageada.
Certamente os estrangeiros que vêm a Santo Stefano o fazem para, como eu, ver a casa onde nasceu Pavese, que ao fim e ao cabo é um lugar bastante sem graça: nesta cama o poeta nasceu, o guia me diz, e não há muito mais a imaginar além do pequeno Cesare chorando feito um condenado.
De como uma geração de ingleses recriou no século 18 a forma inventada por Montaigne, aplicando a liberdade de julgamento à vida cotidiana, promovendo o encontro entre o filósofo e o fofoqueiro.
A loucura e o rancor, atenuados ou apagados nas fotografias oficiais do escritor, interpelam a literatura e a História nas imagens finais de uma iconografia pessoal esparsa e perturbadora.
Raízes do Brasil só ganha as tintas progressistas que o consagraram na segunda edição, quando Sérgio Buarque de Holanda reavalia o papel da tradição e defende um caminho democrático.
Da revista Cinema Hoje, jamais publicada, restam anotações e o projeto de Amilcar de Castro, devaneio gráfico até hoje inédito e que virou obra de arte porque impedido de se reproduzir gutenberguianamente.
Ritual obrigatório em universidades de todo o mundo, o congresso naufraga em hábitos pouco questionados e parece servir menos ao debate que aos critérios de produtividade pura e simples das “Administrativersidades”. Em dez regras bem-humoradas, a ensaísta americana propõe um código de conduta que, para ela, pode salvar o estudo das Humanidades.
Por mais de 20 anos, Ribeiro Couto desafinou o coro de reverência a Mário de Andrade em uma troca de cartas de notável energia intelectual e inquietação pessoal.
O choque da imagem se tornou o foco de um regime de atenção global, que embota a percepção justamente por uma contínua excitação, um contínuo despertar.
No longa Miami Vice, o diretor Michael Mann explora nas imagens os contrastes entre dia e noite, controle e descontrole, organização e caos, criando um território narrativo nebuloso onde a causa parece desconectada do efeito.
É menos na história que no conceito de “espaço-lixo” que está a chave para entender o Templo de Salomão erguido em São Paulo.
No mundo pós-Abu Ghraib, a difusão brutal de imagens extrapolou o sombrio prognóstico de Susan Sontag sobre o dano moral do exibicionismo.
A serrote #18 será lançada em São Paulo no dia 18 de novembro, às 19h30, no Espaço Itaú de Cinema, e no Rio de Janeiro, no dia 26, às 19h30, no Instituto Moreira Salles.
Filósofo Ruy Fausto vê nas manifestações de Junho de 2013 sinais de “uma esquerda nova”, com posturas “radicais, no melhor sentido”.
Em sua atmosfera absurda, no seu enfrentar corajoso do bom senso e do ridículo, há na banda uma inegável passagem do cabotinismo ao lirismo.
Vítima do exotismo e enredada no olhar multicultural, a América Latina continua sob o risco de ser representada como um parque temático.
O autor dos Ensaios escreve a seu pai para narrar os últimos momentos do filósofo que o inspirou nas reflexões de Sobre a amizade.
A pintura flamenga está no centro da discussão que passa por Burckhardt, Huizinga e Panofsky sobre a origem da grande arte do século 15.
Terreno intermediário entre a criação e a convicção, o ensaio é uma peça de realidade em prosa que não perde de vista a poesia.
Nem sempre conservadora, a ideia de pertencimento a passados distantes pode ser base de uma crítica radical aos valores contemporâneos.
O fascínio de John Cage pelo vão do Masp é uma chave privilegiada para entender a complexidade e o alcance do pensamento de Lina Bo Bardi.
Resultado do 2º concurso de ensaísmo serrote
Conheça os ganhadores, publicados na serrote #15 e no site
Por enquanto, a grande vítima do apogeu do panfleto não foi o capitalismo, mas o ensaio: um texto construído a partir de interrogações tende a perder para um texto que se protege atrás de um muro de exclamações.
O que significaria vencer o empuxo cultural da ironia? Afastar-se do irônico representa dizer o que se pensa, pensar o que se diz e considerar a seriedade e a declaração direta como possibilidades expressivas, apesar dos riscos inerentes.
O chamado pós-estruturalismo dominou os departamentos de humanidades dos EUA na virada da década de 1970 para a de 1980. Desde então, autores tão distintos quanto Roland Barthes, Jacques Derrida e Gilles Deleuze ganharam o rótulo de French Theory, ou simplesmente Theory, a “Teoria” a que o professor de Columbia Nicholas Dames se refere para identificar uma tendência do romance contemporâneo. Este ensaio foi publicado pela revista n+1, que gentilmente o cedeu para a serrote.
Está na hora de a literatura admitir o próprio fim em vez de brincar de marionete com seu cadáver.
O quinto encontro da seção “Desentendimento” reúne o cantor e compositor Romulo Fróes e o professor de música da USP Walter Garcia para discutir o estado atual da música brasileira e uma suposta crise da canção. Paulo da Costa e Silva, coordenador da Rádio Batuta, a webradio do IMS, foi responsável pela mediação do bate-papo em vídeo.
No Rio de Janeiro e São Paulo, haverá lançamento nos dias 9 e 21 de novembro, respectivamente, com leitura do texto “Desarticulações”, da argentina Sylvia Molloy, pela atriz Regina Braga.
O texto abaixo foi publicado na revista eletrônica Eurozine em 16.7.2003, em tradução do diálogo em russo para o inglês. Os autores, Svetlana Boym e Boris Groys, estão entre os colaboradores do nono número da serrote, que chega às livrarias em novembro.
Ao contar uma história de amor com recursos interativos, o videogame Prince of Persia é um exemplo de narrativa procedimental que nos mostra o que há de único na linguagem dos jogos eletrônicos.
Viu a luz e o rascunho do seu rosto imerso na escuridão acentuada pelo efeito cegante da luz. Fechou os olhos que ardiam. Quando deu por si novamente, escrevia no documento em branco: para meus filhos.
Redigido por um rapaz de 23 anos e publicado no terceiro número da revista Clima, em agosto de 1941, o manifesto “O grouchismo” é um exemplo precoce da espécie de galhofa gentil e sutil que marcaria a pessoa e a carreira de seu autor, Antonio Candido, ao mesmo tempo que dá ideia dos muitos elementos fundidos no perfil de sua geração.
Conheça os ganhadores da edição inaugural, publicados na serrote #9
Este artigo, publicado originalmente na revista The New Yorker (20/4/2009), trata do escritor inglês Geoff Dyer, que assina um ensaio na sétima edição da revista serrote e ministra palestra nos dias 29 e 31 no IMS-RJ e no IMS-SP.
Neste segundo encontro da seção “Desentendimento”, os filósofos Marcos Nobre e Luiz Felipe Pondé debatem sobre os conceitos políticos de esquerda e direita. A mediação ficou a cargo do jornalista e diretor de redação da Folha de S.Paulo Otavio Frias Filho. A cada mês, o leitor encontrará no blog um debate em vídeo em que os convidados apresentam opiniões divergentes sobre um tema proposto pela revista serrote.
Os blocos abaixo registram o primeiro debate da seção “Desentendimento”. A cada mês, o leitor encontrará no blog um debate em vídeo em que os convidados apresentam opiniões divergentes sobre um tema proposto pela revista Serrote. Neste primeiro encontro, o filósofo José Arthur Giannotti e o cientista político André Singer discutem o legado do governo Lula. A conversa foi conduzida por Mario Sergio Conti, diretor de redação da revista Piauí.
Este texto foi publicado originalmente na revista The New Yorker, em sua edição de 10/1/2011. O artigo trata do documentário sobre o Holocausto Shoah e de seu realizador, o francês Claude Lanzmann, ampliando a discussão sobre o extermínio de judeus durante a Segunda Guerra. Lanzmann (que está entre as atrações da Festa Literária Internacional de Paraty – Flip deste ano) lança seu livro de memórias A lebre da Patagônia no Brasil, pela Companhia das Letras, em junho.
serrote 7
Essa edição conta com entrevista do escritor americano Jonathan Franzen concedida à The Paris Review na época do lançamento de seu romance Liberdade, acompanhada de imagens do americano Gregory Crewdson feitas no início de sua carreira e publicadas no livro Early Work (1986-1988). Também: ensaio fotográfico de Edu Marin, que viajou para a região serrana fluminense uma semana depois das enchentes em Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, e textos de Beatriz Sarlo, Arthur Dapieve, Geoff Dyer e muito mais.
Capa: Edu Marin
Março 2011
serrote 6
A sexta edição da revista serrote trouxe ao leitor três opções de capa com colagens em papel do jovem artista paulista Felipe Cohen e um amplo e pouco conhecido portfólio da artista gráfica brasileira Bea Feitler. E textos de Alberto Manguel, Roberto Bolaño, Marcos Nobre, Ronaldo Brito e muito mais.
Capa: Felipe Cohen
Novembro 2010
serrote 5
A quinta edição da serrote traz o trabalho do artista sul-africano William Kentridge e um conjunto de ilustrações da artista gráfica Maira Kalman. Ainda: um ensaio do romancista israelense David Grossman sobre o artista polonês Bruno Schulz e textos de Graham Greene, Robert Walser, Antonio Cícero, Natalia Ginzburg, Perry Anderson e muito mais.
Capa: Maira Kalman
Julho 2010
serrote 4
Um ensaio sobre Coney Island, praia próxima a Nova York que reunia a maior densidade humana por centímetro de areia do planeta, escrito por Guilherme Wisnik e Heloisa Lupinacci, é ilustrado com fotos de Walker Evans e Weegee. A revista traz também um ensaio do escritor Daniel Galera sobre o videogame Prince of Persia; as relações entre o cinema e a pintura, em ensaio escrito pelo crítico e escritor inglês John Berger; um texto do historiador Evaldo Cabral de Mello sobre a participação do padre Antônio Vieira nas negociações de Portugal para dar fim ao domínio dos Países Baixos em Pernambuco, e muito mais.
Capa: Jorge Colombo
Março 2010
serrote 3
Um texto raro do pensador e crítico francês Roland Barthes sobre esportes faz parte da terceira edição da serrote. Também estão nesta edição fotos feitas em 1964 para o documentário Subterrâneos do futebol, com direção de Maurice Capovilla e produção e direção de fotografia de Thomaz Farkas, e a entrevista concedida pelo escritor Julio Cortázar a Antonio Trilla, em 1983, sobre sua paixão pelo boxe e pelo jazz. E mais: Freeman Dyson, Virginia Woolf, Angela Alonso e Samuel Titan Jr., entre outros.
Capa: Thomaz Farkas
Novembro 2009
A segunda edição da revista serrote traz um caderno de 16 páginas com desenhos e pinturas, em nanquim, carvão e guache sobre papel, de Philip Guston, artista americano influenciado pelas histórias em quadrinhos. O pintor Paulo Pasta selecionou os trabalhos e, em um ensaio introdutório, fala de sua transição do abstracionismo à figuração e à simplificação gráfica. Mais: James Agee, Alexander Calder, Antonio Candido, Ricardo Piglia, Raymond Carver, Gore Vidal, John Updike, José Miguel Wisnik e Enrique Vila-Matas.
Capa: Philip Guston
Julho 2009
serrote 1
Publicada em março de 2009, a edição #1 tem como destaque a carta inédita de Mário de Andrade para Otto Lara Resende, falando de seu encontro, em 1944, com a nova geração de escritores mineiros. Traz também a série de retratos que Marcel Gautherot, grande fotógrafo francês radicado no Brasil, fez do artista José Pancetti, um dos nomes mais importantes da pintura brasileira. Modesto Carone, o melhor tradutor brasileiro de Franz Kafka, verteu pela primeira vez para o português os 109 aforismos que o escritor de Praga reviu à mão e organizou, mas não chegou a publicar em vida. Mais: Nuno Ramos, Francisco Alvim, Saul Steinberg, Alberto Dines, Carlo Ginzburg, Tostão e Antonio Cícero.
Capa: Saul Steinberg
Março 2009