serrote | edição especial
A serrote lança, em julho de 2020, uma edição especial, gratuita e digital, que reflete sobre o momento de exceção que vivemos. A revista apresenta seis ensaios inéditos sobre impactos políticos e sociais da pandemia, três ensaios visuais e a tradução de “O vínculo da vergonha”, clássico do historiador Carlo Ginzburg que fala diretamente ao Brasil de hoje.
Por ocasião do lançamento, serão realizadas duas conversas com autores da edição, transmitidas ao vivo no canal de YouTube do IMS. No dia 8 de julho, às 17h, o convidado é o historiador argentino Federico Finchelstein, autor de Do fascismo ao populismo na história. E no dia 15 de julho, às 17h, o jornalista Jefferson Barbosa, editor da plataforma PerifaConnection.
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CARTA DO EDITOR
O Brasil desmente a hipótese de que sairemos melhores da pandemia. E é para desmentir o Brasil que a serrote ganha sua primeira versão digital.
Concebida em isolamento social, a revista interrompe a edição impressa para, em caráter excepcional, fazer circular o mais rápido e amplamente possível um instantâneo crítico de 2020.
Sete ensaístas e três artistas visuais fazem aqui uma crônica possível do que vivemos hoje, entre a longa duração da história e o efêmero do noticiário, a angústia pessoal e a tragédia coletiva.
Da abjeção dos métodos da extrema direita à delicadeza dos rituais do luto, constatamos que o peso do que nos oprime não esmaga a vitalidade de nossas resistências.
No ensaio que abre esta edição, Carlo Ginzburg afirma que “o país a que pertencemos não é, como quer a retórica mais corrente, o país que amamos, e sim aquele do qual nos envergonhamos”.
Talvez não exista hoje no Brasil um vínculo mais poderoso do que a vergonha. É em torno dela que temos a chance de nos unir – para dela nos livrarmos o mais rápido possível. (Paulo Roberto Pires)
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SUMÁRIO
Carlo Ginzburg
O vínculo da vergonha
De Aristóteles a Primo Levi, envergonhar-se pelo outro ou por aquilo em que não estamos envolvidos ajuda a repensar as relações complexas entre indivíduos e comunidades
Gabriel Giucci
Brasília, 1º de maio, 2020
Federico Finchelstein
O líder fascista como encarnação da verdade
O negacionismo sobre a pandemia é o mais recente capítulo da história das mentiras fascistas, linhagem política e intelectual que começa em Hitler e Mussolini e volta ao poder com a extrema direita no Brasil e nos EUA
Renato Lessa
Homo bolsonarus
De como nasceu e se criou o confuso e perigoso animal artificial que encarna momentos arcaicos da sociabilidade brasileira
No Martins
Símbolos sociais
Jefferson Barbosa
Estratégias para ficarmos vivos
Meus dias na linha de frente do combate à pandemia, entre distribuição de cestas básicas nas periferias e protestos contra a violência policial, com Emicida e Thelonious Monk
Stephanie Borges
Nosso apocalipse zumbi
Na lógica perversa dos filmes de mortos-vivos, assim como na retórica bolsonarista, quem se alia à morte e demonstra o maior desprezo pela vida ainda consegue se imaginar como herói
Veridiana Scarpelli
Em casa
Felipe Charbel
Dia após dia após dia após dia
Se a escrita do eu é uma conversa interior, manter um diário em público é como andar na rua falando sozinho. E quando todos fazem isso ao mesmo tempo, e na mesma rua, a coisa pode ficar estranha
Carla Rodrigues
Os fins do luto
O confinamento pode ser comparado a um processo de luto, cada um tentando se equilibrar no seu isolamento, no medo, na tentativa de perder os mortos sem abandoná-los, nosso último e permanente gesto de amor
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