Resultado do 2º concurso de ensaísmo serrote

Em 2013, a serrote realizou a segunda edição do Prêmio de Ensaísmo. Foram enviados 131 textos inscritos. O ensaio “Noções de liberdade no vão livre do MASP”, do arquiteto Francesco Perrotta-Bosch, ficou com o primeiro lugar e foi publicado na serrote #15. O segundo lugar ficou com o pesquisador André Antônio Barbosa, autor do texto “A potência estética da nostalgia”, e o terceiro, com a portuguesa Ana Djaimilia dos Santos Pereira de Almeida, que escreveu “Saudades de casa”. Estes dois últimos textos foram publicados no site da revista.

O concurso teve como objetivo incentivar a produção ensaística em língua portuguesa e buscar interlocução com novos ensaístas. Os trabalhos foram avaliados por uma comissão julgadora composta por Paulo Roberto Pires, Flávio Pinheiro, Flávio Moura, Samuel Titan Jr. e Francisco Bosco.

Mais informações sobre os textos vencedores:

1º lugar: em Noções de liberdade no vão livre do MASP, Francesco Perrotta-Bosch relaciona a obra 4’33”, de John Cage, com o museu de Lina Bo Bardi. Se na composição silenciosa de três movimentos o ouvinte é levado a prestar atenção aos sons do ambiente, no vão livre do MASP o observador está diante de uma arquitetura que não tem utilidade clara, definida. Por isso, é “um lugar privilegiado para a percepção da vida, da coletividade, da metrópole paulistana, do mundo”.

2º lugar: André Antônio Barbosa, em As potências estéticas da nostalgia, define a palavra “nostalgia” não como um desejo de fazer com que o passado retorne ao presente, e sim como uma recusa radical do presente. O autor compara o conceito de “nostalgia” ao de “melancolia” ao analisar que “o nostálgico não quer mudar o presente para que ele fique igual ao passado, mas se perder nesse passado como em um sonho – no limite, nunca mais voltar.”

3º lugar: Ana Djaimilia Almeida, em cujo texto, Saudades de casa, o estrangeiro pode devolver ao viajante uma imagem de si que não lhe é familiar. Estar num lugar estranho, diante do olhar indiferente dos outros, é uma experiência que muitas vezes ensina coisas sobre a própria casa. Ao comentar o fragmento A position at the University, de Lydia Davis, Ana aponta que, mais do que a maneira como nos vemos, a posição que ocupamos está atrelada ao modo como os outros nos veem.